You have enemies? Good. That means you’ve stood up for something,sometime in your life. - Winston Churchill
domingo, 19 de fevereiro de 2012
O caminho faz-se caminhando?
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Política e Comunicação Social
Este método acarreta dois tipos de consequências negativas em todo o processo subjacente ao funcionamento da democracia pluralista. Por um lado, o enfraquecimento da credibilidade dos oponentes políticos, que automaticamente descredibiliza as próprias organizações políticas. Esta descredibilização constante conduz os cidadãos a exercerem o seu direito de voto de uma maneira perversa: em vez de votarem no "melhor" candidato, votam no "menos mau". Por outro lado, põe em causa a legitimidade democrática do regime pois, os cidadãos não tendem a diferenciar os políticos pelas suas ideologias e convicções políticas, mas sim pelas suas acções negativas, o que promove da sociedade uma opinião negativa generalizada a toda a classe política.
Apesar deste novo conceito no seio da comunicação política, toda a descredibilização que se aponta às elites políticas não pode ser apontada exclusivamente designadas "Políticas de Escàndalo". Este modo de comunicação política surgiu quando se verificou uma correlação positiva entre este modo de comunicação, por um lado, bons resultados em processos eleitorais, e, por outro, um grau mais elevado da eficácia na comunicação política, traduzindo se em melhores resultados no mercado dos Media
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Da Democracia Deliberativa
Com o fracasso colossal do sistema comunista, o modelo democrático saiu amplamente vitorioso, alargando-se mais ou menos rapidamente àqueles tantos países que aos poucos se iam desembaraçando dos escombros do bloco soviético. Contudo, a par deste fenómeno, foram levantando-se, em paralelo, sérias interrogações quanto ao funcionamento do mesmo modelo democrático, visto que nos países economicamente mais desenvolvidos se assistia ao crescimento de uma forte desconfiança entre os cidadãos relativamente à actuação das instituições democráticas e, em especial, da classe política. A democracia liberal e representativa, baseada no sistema de mercado, que tanto vinha atraindo os novos Estados do leste europeu, manifestava-se, porventura, imperfeita, carecendo de melhoramentos e completude. Por consequência, verifica-se uma crescente despolitização das sociedades ocidentais que, de algum modo, aspiram agora a um novo entendimento do processo político, expresso não apenas numa forma nova de fazer política, mas, sobretudo, numa maior participação dos cidadãos. É neste contexto que emerge a ideia de democracia deliberativa, onde o diálogo, o debate e a argumentação possam ser os vectores fundamentais de um processo que visa uma cidadania mais participativa, bem como a melhoria qualitativa das decisões políticas.
O cânone democrático deliberativo, de um ponto de vista conceptual, deve bastante aos contributos teóricos de HABERMAS e de COHEN que o definiram, em geral, como sendo um modelo de discussão entre diversos participantes em que cada um argumenta em termos do bem comum, tem em consideração as razões invocadas pelos outros e procura chegar a uma posição de consenso. Á primeira vista, o modo de proceder das pessoas compreensivas e tolerantes quando decidem reunir-se para debater umas com as outras quaisquer assuntos, ainda que de carácter público e de interesse geral. Assentando, pois, no intercâmbio de ideias, argumentos e razões, o modelo democrático deliberativo intenta a proposta que melhor expresse o sentir colectivo da sociedade, por se revelar a melhor para todos, na medida em que o seu fim último é, ou deve ser, a justa prossecução do bem comum.
(Publicado no jornal «O Primeiro de Janeiro», em 01. 02. 2012)