A casa e os terrenos adjacentes tinham sido pertença de um burro que atravessara a fronteira vindo de Espanha e que, passado algum tempo, contraía ali matrimónio com uma senhora portuguesa - falecendo num dos três dias subsequentes às núpcias, de causa inexplicável. O certo é que Dª Antónia, a viúva, após o sucesso desta fatalidade, imediatamente assumiu, por direito próprio, a gestão e a propriedade da quinta, não voltou a casar e viveu um século.
II)
Não era ainda o meio século.
III)
Soube-se legatário de um edifício medieval que originalmente havia sido um seminário, adquirido e transformado em casa de lavoura, no último quartel do Séc. XIX, por um brasileiro que ali enterrara a sua pequena fortuna. Este homem não só pagou uma soma avultadíssima pela compra como mandou derrubar e levantar a seu gosto muros e paredes durante uma década. Acabou transmitindo por venda a propriedade a um forasteiro que lhe desposou a filha única.
(Publicado na coluna «O homem que era Quarta-Feira» de «O Primeiro de Janeiro», em 02. 11. 2011)
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