segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Destino, acaso ou coincidência?

«É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar a alguém aquilo que não tira de outro alguém. Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.»

A queda do primeiro-ministro grego, o socialista George Papandreou, e o desastre eleitoral das esquerdas em Portugal e Espanha não são episódios isolados de mudanças políticas a reboque da crise financeira.
Apesar da miríade de problemas que a União Europeia enfrenta e da crescente afirmação do “eixo” franco-alemão, estas transformações foram germinadas já há muito tempo.
Não será surpreendente que, nas actuais condições económicas, as forças políticas de esquerda percam sucessivas eleições a favor das de direita?
Não será tão surpreendente se atentarmos que as políticas dos vários governos socialistas por essa Europa fora dependiam de um único factor: o crédito barato concedido aos Estados e às respectivas economias pelos mercados financeiros internacionais. A actual crise financeira fechou a torneira do crédito barato, o que impediu que o socialismo continuasse a financiar a sua megalomania social, incomportável face ao crescimento da riqueza produzida por cada País.
Se há um limite de tolerância para todos os sacrifícios que vamos ter de suportar nos próximos anos, também haverá um limite para a impunidade de todos quantos nos colocaram nesta situação e hipotecaram o futuro – a curto ou a logo prazo, logo veremos – das gerações que nos seguirão: prometeram-nos o Paraíso e deram-nos o Inferno.
A Europa, e em particular a Península Ibérica, terá de apostar na reabilitação da economia pelo estímulo ao investimento e ao trabalho, não – como até aqui – no patrocínio da “subsídio-dependência” e no incentivo do laxismo e da preguiça. É essencial uma viragem no modo de funcionamento da economia, é essencial acabar com a tendência generalizada dos empresários e empreendedores para culpar o seu falhanço empresarial por falta de apoio do Estado.
O Estado não tem, necessariamente, que apoiar pela forma a que estamos habituados (subsídio e benefício fiscal), tem apenas que não se intrometer em demasia na iniciativa privada, nem embaraçar a actividade empresarial com impostos exorbitantes, exigências formais desmesuradas e burocracias desajustadas. Esse já será o grande apoio do Estado ao investimento.  
A solidariedade não se faz desbaratando dinheiro, arruinando os Países e hipotecando o futuro das gerações vindouras, é necessário incentivar a criação de riqueza e encontrar o ponto de equilíbrio com a promoção do bem comum.
Como escreveu Vasco Pulido Valente, «o Estado Social Europeu é insustentável e está a roubar o futuro às novas gerações. (…) A realidade e a vida é trabalho, sacrifício e vontade de vencer.».

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